segunda-feira, 11 de março de 2013

Porto Alegre





Estação rodoviária de Rio Grande, 2 da matina. Poltrona 22. Destino Porto Alegre. Porto Alegre ?
Qual é o meu destino mesmo ?

De repente, um estranho sentimento diferente tomou conta da minha consciência, algo que me fez lembrar da minha adolescência, pois nessa mesma infantil época da minha vida, usava a cidade de Porto Alegre parta refúgio do interior.
O ano tinha passado em Pedro Osório, e no colégio, eu passei com as “calças nas mãos”. Ao término das aulas, me dirigia de forma agitada para Porto.
Lembro da minha mãe, com um pouco de receio, me colocando no ônibus de Pedro Osório à Pelotas, e de lá, eu comprava a minha passagem me sentindo o maioral em direção à capital.
Bons verões. Verões que de forma simples, sustentaram as minhas felizes lembranças e experiências . Lá em Porto, sempre fui mimado . Na modéstia e na singeleza, mais mimado. Casa da tia, irmã mais velha de minha mãe, reduto da liberdade e da não existência de horários .

Hoje o sentimento é diferente. Diferente porque o tempo passou. E que bom que passou. Pois para mim , o “tempo passou” não é lamento, mas sim, expressão de alívio, pois tenho a plena certeza de que as coisas se desenvolveram nesse tempo, e que tudo o que aconteceu em mim e comigo, serviu para ter certeza de que a vida, mesmo não sendo regalada de prazeres e vitórias, não é boa somente para os mandantes do sistema , mas também para gente humilde, de suado trabalho e de vida simples, como a minha família. Nessa certeza de que o tempo passou para o bem de mim mesmo, a sensação de ir a Porto Alegre se modificou. Se modificou porque estou indo a Porto Alegre para resolver questões de critério pessoal (de menção irrelevante ), e isso nunca tinha acontecido. Vir a Porto Alegre nunca representou para mim “responsabilidade” ou “obrigação”. Completando o raciocínio, vir a uma cidade grande como Porto Alegre, não significa mais para mim refúgio do interior como disse lá em cima, mas simboliza sim, a agitação, o caos. O desenvolvimento da falta de tranquilidade. Hoje, para mim, Pedro Osório seria o refúgio. O tempo passa...

E quando o tempo passa, a percepção dos acontecimentos e dos ambientes se modificam, fazendo assim com que as verdadeiras impressões das circunstâncias, encaixem dentro de nós o que verdadeiramente é real para nós.
Temos de modo mais preciso, dentro de nossos preconceitos, traumas, certezas e resultados da concretização de nossas posições e discernimentos.

Mas nessas viagens que já são o máximo por serem responsáveis por quebrarem por inteiro a nossa rotina, fica a experiência de encontrar as pessoas que há muito tempo não víamos, a sensação de estar em lugares quase esquecidos, com outra mentalidade e outro pensamento, é lógico, e a percepção de certas coisas que não conseguíamos fazer a leitura por falta de formação e informação.

Acima de tudo , tudo é missão. Logo, Missão Sem Omissão.

Samuka.



“Invoco a fé, a calma e a coragem .“

(Descendo o rio – Forfun )

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