Um dia me perguntaram o
que eu iria ser na vida. Eu respondi que eu iria ser eu mesmo. E aí
pessoa ficou com uma cara de “tacho”.
Mas eu entendi bem o
que ela quis perguntar, e entendi bem o porque.
Hoje em dia, ninguém
mais vive (Tá bom , tô generalizando ), porque a grande verdade,
todo mundo tenta se autojustificar. Todo mundo que ser o maior peixe.
Aquele que engole tudo e a todos. Mas nesse sistema em que vivemos,
aonde desde pequenos somos ensinados a competir e testar as nossas
capacidades (Predadores) como se tivéssemos que a todo momento
demonstrar pra alguém que somos capaz de algo, só há lugar para o
mais destacado, o mais bonito, o mais inteligente, o mais
disciplinado (condizente) , porque aí, esse é automaticamente útil
para a manutenção desse status.
Vejo
pessoas adquirindo coisas e conquistando coisas como se essas mesmas
fossem necessárias. E mais, tentando convencer os outros de que isso
é necessário também. Produzindo e gerando um frenesi desconcertado
e frenético, sinalizando que , se você não faz parte daquele modo
de “ter” você é infeliz e anormal.
Cansei
disso. Não concordo com isso. Aonde eu saio ?
Tenho
pensando muito e quase já me decidi acerca do que quero ser. Mas só
descobri o que eu não quero ser, o que não fazer e o que não quero
participar. É uma decisão baseada na minha fé. Desculpa se
pensaram que esse texto era um texto anarquista.
Segundo
aquilo que acredito, não preciso mais me justificar, não preciso
provar nada para ninguém, só quero cumprir a minha missão.
Não
estou preocupado com o mercado de trabalho, nem com a previdência
social e nem com a minha aposentadoria. Esses demônios eu já
exorcizei da minha vida e da minha mente. Tô legal desse pânicos
sociais . Vai ser difícil me pegar...
Não
quero ser explorado. E nem o explorador. Como diz aquela música do
Ponto de Equílibrio, “inverter a sociedade não vai acabar com a
sua dor “.
Minha
felicidade não é e nem será um plano de saúde e nem muito menos a
CLT. Não quero fazer parte de organizações governamentais,
institucionais ou privadas. ISSO PARA MIM É MUITO POUCO.
Quanto
custa a minha liberdade ? Quanto custa a certeza de que não serei
humilhado ?
Não
sonho em trabalhar em um escritório, com um condicionador de ar a
“todo pau “, um carro blindado e uma casa cheia de alarmes e
cercas elétricas. Não quero viver com medo. Não quero ser um
acumulador de renda. Não quero ser alguém de nome importante. Não
quero gravar meu nome nos livros didáticos de história. Quero ser
desobediente aos padrões de vida atuais.
Sei
que pagarei um preço. Mas sei que não vou pagar o preço que a
maioria paga.
Quero
ser eu mesmo. E ser aquilo para a qual eu fui chamado . Mesmo que
isso leve tempo, paciência e seja não entendido. Quero viver tudo
o que Deus quer que eu faça. Sem limites, sem padrões e sem formas.
O
que eu vou ser ? Eu vou ser mesmo. Como sempre fui.
Obs:
Um dia pediram para Jesus justificar as suas palavras e atos. E Ele
respondeu que o Pai justificaria todos eles. Se Jesus não se
justificou, devo eu me justificar ?
Samuka
