Com quantos paus se faz a barraca da
liberdade ? Como que será possível ser não somente um prisioneiro
honesto dentro do presídio, mas sim, sair desse presídio ? Nada de
prisões, nada de cela, nada de calabouços hostis. O que basta para
mim mesmo, é um verdadeira ideia de liberdade, na qual para essa
mesma, fui feito e destinado. Mas esse destino não me absolve de
construir. Talvez construir um mundo melhor, signifique destruir esse
mundo pior. Que mundo ? O capitalismo? A ética ? A coexistência ? A
cosmovisão ? Não, estou falando do meu mundo, do meu cosmos. E
também não estou falando de tentar achar paz interior, não mesmo.
Mas inquietude. Talvez seja isso. Talvez, porque não tenho certeza.
Só sei que conforto, prosperidade e estabilidade, produz
bunda-moles, brocheza, tradicionalismo e preconceito. E o pior de
tudo isso, é o preconceito pela vida, pelo porvir. Se existe algo
que perdemos como seres, não é o amor (O aumento populacional está
aí ), não é o respeito (Fair Play é o marketing da FIFA), ou a
ética (Cadê a Terceira Guerra Mundial ?), o que perdemos de verdade
é o faro de existir, de sustento e de cultivar.
Existir em totalidade; não somos únicos aqui
nesse planeta Terra (mesmo que haja mais água do que terra),
precisamos perceber o próximo: a mulher (não somente de forma
sexual, por mais que essa seja uma das coisas mais belas na mulher, o
erotismo), os animais, as plantas e os elementos naturais.
Sustentar o nosso ser; Comer, beber, habitar,
respirar, vestir. Sem a ideia de sermos predadores competitivos que
nos colocam lá no jardim de infância. Sonhar, desbravar, sentir
frio na barriga.
Cultivar para todos; Cultura é algo que designa
cultivar: Plantar, adubar, cuidar do que se plantou. Devemos cultivar
a vida, mas não somente para nós, mas para um tudo.
Não estou falando de rupturas, de revolução, de quebra de sistemas, por mais que eu acredite em uma posição audaciosa, mas sim , em algo que é vivido e sentido dia após dia .
Que Deus nos dê inquietude.
Tudo do que se construiu hoje, parte é porque se
necessitou; outra parte, porque se achou que fosse necessário.
Não basta para mim, para mudar o meu mundo
somente deixar de beber Coca-Cola. Ou quem sabe não ter automóvel.
Basta para mim ser totalmente diferente. Diferente na raíz,
verdadeiramente. Custe o que custar.
Ao redor, como as vezes falo, tudo é muito igual.
Não é ?
Nascer, crescer, escola, universidade, emprego,
previdência social, aposentadoria e morrer...e segue-se pagando os
atributos funerários. Claro, alguém que ficar sobriamente vivo. E
endividado.
Como sair desse mundo sem cair em um outro mundo?
Ou melhor, como não trocar uma cela por outra ?
Essa tem sido uma das coisas que mais toma o meu
pensar. Estou tentando descobrir a saída.
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